Esticar até partir?

A situação, de uma forma geral, agravou-se brutalmente, em particular na montagem com o aumento exponencial dos ritmos de trabalho nas linhas. Era de esperar que os ritmos aumentassem para dar cumprimento ao plano de produção previsto, mas, sem se ter efectuado o real acompanhamento das necessidades de mão de obra, balanceamento ou distribuição de tarefas pelos inúmeros postos de trabalho, o resultado foi o excessivo esforço que tem sido exigido e que tem aprofundado o sentimento de indignação pela exploração a que os trabalhadores têm sido submetidos, em muitos casos, quase ilustrativos de outros tempos de má memória.

Encarar um trabalhador como se fosse uma máquina à qual se injecta combustível, apenas para garantir que esta consegue produzir por outras tantas horas, sem se olhar às condições esgotantes a que estão sujeitos, não pode ser a postura de uma empresa moderna e de prestígio mundial.

Atente-se à relação generalizada que os trabalhadores manifestaram às palavras do Director de Produção durante as reuniões de comunicação do passado dia 26, e não passará despercebido a ninguém (só a quem fechar os olhos!) o sentimento de protesto que vai crescendo no seio dos trabalhadores.

Torna-se imperativo que os responsáveis da empresa a dotem de imediato as necessárias medidas para que as condições de trabalho nas linhas sejam as melhores, mais equilibradas e assim evitar consequências futuras graves para a saúde dos que aqui trabalham, pois é esta a exigência dos trabalhadores.