Atenção redobrada, Manter a firmeza!

 
A pressão sobre os trabalhadores da Autoeuropa para fazê-los vergar aos interesses da administração continua, com todos os meios a que esta pode recorrer. Ultimamente, até as situações mais preocupantes que se passam em algumas empresas do parque industrial têm sido usadas para criar um clima exagerado de dificuldades que visam acima de tudo responsabilizar os trabalhadores da Autoeuropa por situações, hipoteticamente, menos boas. As dificuldades de algumas empresas do parque industrial advêm da sua dependência do fornecimento de peças que atravessam no momento actual uma acentuada baixa de produção. Não se devem, de forma alguma, à decisão dos trabalhadores da Autoeuropa resistirem à ofensiva da administração, como se a aplicação de um pré-acordo que foi rejeitado pudesse alguma vez ultrapassar um clima de crise.
 
Existem outras soluções para enfrentar os problemas, algumas das quais a administração se recusou sempre a recorrer apenas por motivos da estratégia que tem montada para o ataque aos direitos e garantias dos trabalhadores. O que move esta administração é acima de tudo uma estratégia política e não uma preocupação de viabilidade económico-financeira da fábrica.
 
Lamentável é igualmente o conluio existente entre o Governo do PS, a administração da empresa e o B.E. Basta para isso lembrarmo-nos do célebre jantar no Solar dos Presuntos e do brinde de despedida do coordenador da C.T., membro da Comissão Política do BE, responsável pela área do trabalho e ex-deputado pelo círculo de Setúbal, ao ex-ministro auto-enchifrado, Manuel Pinho.
 
Os trabalhadores da Autoeuropa devem ter as atenções redobradas. Depois das férias a batalha vai continuar e a exigência de uma solução séria que salvaguarde os interesses colectivos daqueles que mais têm sido sacrificados tem de estar em cima da mesa.