«Isto está mau?»

Governantes e propagandistas da política de direita dizem todos os dias que «isto está mau» e que «isto vai piorar», verdades que dispensam enunciação, tão conhecidas são, por experiência própria, da imensa maioria dos trabalhadores.
É claro que o que pretendem com isso é banalizar essa realidade, fazê-la aceitar como coisa natural, mais do que isso, inevitável, sabendo que essa é a melhor forma de preparar o terreno para prosseguirem a política que conduziu o país à situação actual e para aplicar as sinistras medidas decretadas pela Troika, e aceite de cócoras pela Troika portuguesa PS, PSD e CDS.
Não dizem que «isto está bom» para os verdadeiros beneficiários: os grandes grupos económicos e financeiros onde avultam os governantes e políticos de direita que, em sucessivos governos ao longo de trinta e cinco anos têm estado instalados.
E já agora para aqueles que dizem que os políticos são todos iguais, é bom dizer que os comunistas não fazem parte deste grupo.
Portanto, assumindo o repetido «isto está mau», de facto, para os trabalhadores e para o povo, para os quais «isto vai piorar» se não for posto termo à política de direita que conduziu o País à dramática situação actual; mas «isto está bom» para os grandes grupos económicos e financeiros cujos interesses essa política serve.
Sabendo que «isto está mau» está nas mãos dos trabalhadores impedir que isto vá para pior, o que só será conseguido derrotando a política geradora de todos esses males.
O caminho capaz de conduzir a essa mudança necessária é a luta de massas; a luta nas empresas e locais de trabalho, em todo o lado onde as consequências da política de direita se fazem sentir flagelando direitos e interesses da imensa maioria dos portugueses.
Roubo do 13.º mês, corte nos salários, nas pensões, nos apoios sociais e no próprio sistema da segurança social. O ataque aos direitos, que facilita os despedimentos, desregula os horários de trabalho, generaliza a precariedade, e o aumento brutal dos impostos sobre a habitação, do consumo e do custo de vida.