Salários, Lucros e Distribuição da Riqueza

 
Concentra-se a riqueza, baixam os salários, aumentam as desigualdades
 
Alguns dados sobre salários
 
O salário médio líquido de um português em 2007, era de acordo com o Instituto Nacional de Estatística de 725 euros.
 
O salário mínimo nacional é em 2008 de 426 euros.
 
De acordo com o Eurostat, os salários reais dos trabalhadores portugueses, em 2005 cresceram 0,2% em 2006 tiveram uma quebra de -0,9%, em 2007 uma quebra de -0,6% e em 2008 deveram ter uma quebra de -0,2%.
 
Nos últimos 4 anos a quebra acumulada nos salários dos trabalhadores portugueses foi de -1,5%.
 
No mesmo período, 4 anos, os salários reais dos trabalhadores da EU15 cresceram 2,5% e da EU27 2,6%.
 
 
Repartição do Rendimento Nacional – Peso dos Salários na distribuição da riqueza
 
Os últimos dados disponíveis, sobre o peso dos Ordenados e Salários no Rendimento Nacional (remunerações do trabalho) referem-se a 2004 e indicam que os Ordenados e Salários representam neste ano, 40% do Rendimento Nacional;
 
Os anos de 1974, 1975, 1976 e 1977 com um peso dos Ordenados e Salários no Rendimento Nacional respectivamente de 52,7%, 59,5%, 58,1% e 52% representam os anos em que o peso da remuneração do trabalho no Rendimento foi maior;
 
A evolução dos salários reais nos 4 últimos anos, uma quebra de -1,5% permite-nos afirmar que a remuneração do trabalho não ultrapassa os 405 do Rendimento Nacional.
 
 
Evolução da Inflação entre 2005 e 2008
 
De acordo com o Índice de Preços no Consumidor (IPC), a inflação nos últimos 4 anos teve a seguinte evolução:
 
Em 2005 2,3%
Em 2006 3,1%
Em 2007 2,5%
Em 2008, de acordo com a evolução registada até Julho, dever-se-á situar entre 3,0% e 3,1%;
 
 
Evolução dos lucros dos Principais Grupos Económicos nos últimos anos
 
Entre 2004 e 2007 os lucros dos principais grupos económicos nacionais, do sector financeiro, da energia e telecomunicações, do comércio e serviços, da indústria dos cimentos, do papel e da pasta de papel e da construção civil e obras públicas, aumentaram 75%, atingindo em 2007 o valor de 6,8 mil milhões de euros.
 
Nos últimos 12 meses, entre o 2º semestre de 2007 e o 1º semestre de 2008, já em plena crise económica internacional, os lucros dos cincos principais grupos financeiros nacionais atingiu os 2,3 mil milhões de euros e os lucros dos principais grupos económicos nacionais do sector da energia e telecomunicações (EDP, REN, GALP ENERGIA, PT e ZON) atingiram os 2,9 mil milhões de euros.
 
A crise quando vem não é igual para todos!
 
 
Portugal, dos países mais desiguais e injustos da EU
 
Portugal com uma percentagem de 22,4% de trabalhadores com um contrato a prazo em 2007, é dos países da EU27 com maior percentagem de trabalho precário, só somos ultrapassados pela Polónia com 28,2% e a Espanha com 31,7%;
 
A média dos trabalhadores com contratos precários na EU15 é de 14,8% e na EU27 14,5%;
 
Em 2005 imediatamente antes da tomada de posse do Governo PS esta percentagem de trabalho precário era de 19,1%. Temos mais cerca de 180 mil trabalhadores com trabalho precário do que antes da tomada de posse deste Governo.
 
 
As maiores fortunas. Alguns dados caracterizadores
 
A riqueza da família mais rica de Portugal, a família Amorim, com 3 421 milhões de euros no final de 2007, corresponde ao salário anual líquido de 337 mil trabalhadores portugueses, com um salário médio nacional.
 
No final de 2007 a 100 maiores fortunas do nosso país totalizavam 32 073 milhões de euros, o que correspondia a 19,7% do PIB do nosso país.
 
Como indicador claro de concentração da riqueza no nosso país pode pois dizer-se que, 1/5 dessa riqueza está nas mãos das 100 maiores fortunas.