As palavras e os actos

No final do ano fomos brindados pelo Conselho de Gerência da empresa, e pelo Director de produção com mensagens dirigidas aos trabalhadores; Desejos um feliz natal” - tudo bem. Mas foram feitas outras afirmações as quais nos deixaram intrigados.

Vejamos: “Terminamos o ano, com a maioria dos nossos indicadores positivos. Cada um de vós fez um trabalho muito bom e toda a equipa da Autoeuropa pode estar muito orgulhosa pelos objectivos alcançados.”

O Director de produção afirmou, “atingimos excelentes níveis de qualidade nos indicadores internos que nos estão a permitir cumprir com os outros indicadores. Tudo isto só foi possível alcançar com o fruto de uma grande equipa, bem haja a todos.”

Nós estamos de facto orgulhosos, e sabemos que tudo é fruto do nosso trabalho.

O que não compreendemos é se somos assim tão bons, porque nos tratam tão mal.

É aqui que as palavras não correspondem aos actos. Ou sejam “a bota não joga com a perdigota”.

 

Qual a compensação e o reconhecimento?

 

Ora, se dos bons resultados, se esperava uma justa compensação e reconhecimento em actos ao indispensável papel que os trabalhadores da Volkzwagem Autoeuropa no sucesso alcançado, a verdade é que não é nada disso que se verifica. Bem pelo contrário.
Gostaríamos de deixar claro algumas questões com atitudes, erros e caminhos.

O caminho que a Administração tem seguido são contrários às afirmações que faz, e que tem conduzido a descontentamento pela parte dos trabalhadores. Como tudo se não bastasse em vez de procurar um diálogo sério, anuncia a aplicação administrativa do modelo de horário de trabalho.

Em relação aos erros, é inconcebível que após os Plenários realizados, com as várias objecções levantadas pelos trabalhadores a Comissão de trabalhadores tivesse levado à prática o referendo, quando se impunha o adiamento do referendo, tal como os membros da Lista C alertaram, para retomar as negociações.

A célula do PCP tem tido uma postura de defesa dos direitos dos trabalhadores, do futuro da empresa e de enquadramento dos mias de 2.000 novos trabalhadores, porque mias do que ninguém o PCP defende o emprego.

 

Autoeuropa nas bocas do mundo!

 

A Autoeuropa tem andado nas bocas do mundo, na comunicação social, comentadores encartados, historiadores, papagaios de serviço, gente que nunca entrou numa fábrica nem sabe o que é uma linha de montagem.

Tem sido mais que notório, o surgimento de ingerência externa que nada tem a ver com os trabalhadores.

É bom que fique claro, que foram os trabalhadores que fizeram a história da empresa, e serão sempre eles os principais protagonistas a definir a empresa que queremos com sucesso e com os nossos direitos salvaguardados.

A tomada de posição da Comissão de Trabalhadores após a reunião com a Comissão Sindical e o SITE-Sul (CGTP-IN) de em unidade “manterem relações de cooperação” e de reafirmarem que persistem condições para retomar as negociações é um bom indicador.

Esta é a posição que defendemos na altura, e será esta postura de unidade no seio dos trabalhadores que levará a Administração a percorrer outro caminho.

Nesta fase difícil, como já vivemos outras, os trabalhadores podem contar sempre com a Célula do PCP.