Contestar pretensão de Lay-Off, Exigir outra alternativa!

 
A administração fez na semana passada, através da carta do director-geral aos trabalhadores, uma declaração de intenções onde aponta como única saída, a partir da rejeição do pré-acordo, a aplicação de 10 dias de Lay-Off até ao final de 2009.
 
Não podemos de forma alguma deixar de interpretar esta declaração como uma afronta aos interesses dos trabalhadores e uma total falta de respeito por aqueles que, ao longo dos últimos anos, têm mostrado disposição para aceitar sacrifícios em nome da manutenção do emprego, da criação de mais emprego, da vinda de novos produtos, em suma, em nome da estabilidade do futuro e pela viabilidade da empresa. Aliás, são os trabalhadores aqueles que realmente defendem a empresa lutam pela sua continuidade futura, pois são eles que dependem do seu trabalho para o seu sustento.
 
Portanto, declaração de intenções desacredita a administração que deixa desta forma cair a máscara da “livre negociação” e mostra a sua face de pretender atacar todos os trabalhadoras independentemente do voto que expressaram.
 
Veja-se a contradição: a Administração pretendia obrigar os trabalhadores a trabalhar 12 sábados, o que pressupõe a necessidade do aumento da produção, mas entretanto avança com o recurso a 10 dias de lay-off, que implica uma diminuição da produção. A administração declarou querer aplicá-lo da forma mais prejudicial para os trabalhadores, contrariando precisamente o que afirmou o director-geral da empresa na sua carta quando afirmou que a administração iria «aplicar as medidas que melhor se adequam à responsabilidade social de empresa.»
 
A vontade dos trabalhadores deve ser respeitada e, naturalmente, perante este desfecho do referendo, a solução terá de ser encontrada entre as partes. Tal como já anteriormente referimos, o diálogo deve prevalecer tendo em conta os interesses daqueles que no passado pagaram 2 anos de congelamento salarial a solução que até hoje tem servido como instrumento para ultrapassar as dificuldades de tempos menos bons.
 
Perante a recusa da maioria dos trabalhadores à imposição do último pré-acordo, a solução é encontrar outra saída que possa ser um verdadeiro acordo e não a declaração de guerra desbragada, de objectivos de conteúdo apenas político: golpear mais uma vez os direitos e garantias dos trabalhadores e a estabilidade das suas vidas.
 
Esta deve ser a exigência de todos os trabalhadores.
 
 
Partido Comunista Português
 
A CÉLULA DOS TRABALHADORES DA AUTOEUROPA
 
PALMELA, 01/07/2009