Braços para trabalhar - Cabeça para pensar

 
Os últimos plenários realizados recentemente foram um ponto alto em que os trabalhadores demonstraram que têm braços para trabalhar e cabeça para pensar. Perante a firmeza demonstrada, a administração viu-se obrigada a recuar e retocar a sua proposta/imposição.
 
É mais que evidente que não é a crise, ou seja, a quebra de produção que até aqui têm alegado, que mais preocupa administração. A pressão que tem sido feita sobre os trabalhadores para impôr o aumento da semana de trabalho de 5 para 6 dias (incluindo os sábados), para além de ser totalmente contraditória com a situação de baixa de produção face à capacidade produtiva instalada, representa uma vez mais uma vergonhosa chantagem a que a administração não se coibiu de recorrer de forma rasteira. O seu objectivo é liquidar direitos aos trabalhadores, passando por cima da própria Legislação cuja revisão, apesar de a ter agravado, não foi aquilo que realmente pretendia o grande patronato, impedido pela luta corajosa que os trabalhadores portugueses moveram nestes últimos anos.
 
Uma vez mais, respondendo ao apelo da administração através do comunicado dirigido aos trabalhadores, não faltaram fazedores de opinião, os escribas do costume a até Belmiro de Azevedo botou sermão, numa ardilosa campanha para tentar isolar os trabalhadores da Autoeuropa da opinião pública, uma campanha onde não faltaram a mentira e a manipulação para se alcançarem os objectivos que apenas interessam ao grande capital. O governo português, através do Ministro da Economia, juntou-se ao coro, numa clara opção de classe. A crise precisa de uma saída, mas não pode passar por cima do esforço e do sacrifício dos mesmos do costume: os trabalhadores. Os lucros obtidos no passado devem servir para ultrapassar a crise do presente.
 
Segundo notícias surgidas na comunicação social, a recente reunião anual de accionistas da Volkswagem decidiu aumentar os dividendos em relação ao ano de 2007. Assim, referente ao ano de 2008 foram distribuídos mais de 700 milhões de euros.
 
Por outro lado não podemos esquecer que o governo português disponibilizou cerca 900 milhões de euros para o chamado Programa de Apoio ao Sector Automóvel (PASA) para que as empresas ultrapassem as quebras de produção/vendas, evitando despedimentos e garantindo os salários aos trabalhadores abrangidos.
 
Perante este cenário de luta em que se encontram os trabalhadores da Autoeuropa, é preciso ter ânimo e resistir às ofensivas da administração. Os comunistas estão na primeira linha na defesa dos postos de trabalho. Fazem-no de cabeça erguida, sempre com os trabalhadores e garantem tudo fazer para que os nossos direitos, liberdades e garantias sejam respeitados.